domingo, 24 de junho de 2018

Conjunto Guilherme Marback



A HISTÓRIA
A Boca do Rio é um bairro popular de Salvador, a comunidade tem uma feirinha, um competente e forte comércio popular e praças onde os moradores se reúnem. Com uma área de 760 mil metros quadrados acolhe uma comunidade de mais de 150 mil pessoas. 
Começando no Centro de Convenções, o bairro tem como limites Pituaçu ao leste e o Imbuí ao norte. Este último, antigamente, também era chamado de Boca do Rio, assim como o local hoje conhecido como Conjunto Guilherme Marback. A região, hoje conhecida por Boca do rio, pertencia à freguesia de Nossa Senhora de Brotas, que ia do engenho da Bolandeira até a fronteira com a freguesia de Itapuã.


A história da propriedade das terras da Boca do Rio remonta o período imediatamente depois da fundação da cidade por Tomé de Souza. Segundo o Historiador Cid Teixeira, a Boca do Rio teve três grandes proprietários no início de sua história; o D. Antônio Ataíde, Conde de Castanheira e primo de Tomé de Souza; os Monges Beneditinos e o Povoador García D’Ávila. Estas três sesmarias foram doadas pelo Governador Tomé de Souza.
Os Beneditinos e o Povoador Garcia D’Ávila logo trocaram estas terras, mas o Conde da Castanheira permaneceu com elas e as foi deixando para herdeiros em várias gerações. No século XIX, entretanto, um acordo mudaria os rumos do título das terras da Boca do Rio, O Governador Manuel da Cunha Menezes, enviado de Portugal, se casou com a Condessa de Lumiares, herdeira legítima das terras do Conde de Castanheiras, o filho do casal, Manuel Inácio da Cunha Menezes, agora Conde do Rio Vermelho se tornou o dono das terras da Boca do Rio. Ele morava numa casa onde hoje fica o antigo Aeroclube, e explorava ali com ajuda de escravos a pesca do Xareu e de Baleia. 
Ele montou uma oficina de beneficiamento do óleo de Baleia onde antes se vendiam escravos, na Casa de Pedra. Após muitos anos a Companhia do Queimado comprou as terras das mãos de Manuel Inácio da Cunha Menezes. 

A atividade pesqueira iniciou o povoamento da comunidade, a pesca do Xaréu e do Bagre na boca do Rio das Pedras e a saída e chegada das tradicionais jangadas pela boca desse rio foi o ponto inicial de colonização desta comunidade. Lindas estórias são contadas por pescadores da Colônia de Pesca da Boca do Rio.
Os nomes dos sub-bairros desta comunidade revelam um pouco desta história, o Curralinho, por exemplo, revela a origem do local usado como curral de uma grande fazenda, a Baixa do Cajueiro remete á estas árvores que abundavam neste pedaço de restinga, a Baixa Fria remete a um sub-bairro nascido de um brejo ou charco que ali existia.
Nesta época os negros, seguindo seus instintos ancestrais, saiam do Quilombo do Cabula e de diversos outros lugares da cidade em busca da fartura de Xaréus e Bagres na desembocadura do Rio das Pedras. Esta praia foi batizada de Aratubáia e é banhada pelas águas quentes do Atlântico. Ali fixavam moradia e dedicavam-se a pesca e a fabricação de vassouras artesanais feitas de piaçava, uma palmeira nativa da restinga da região. Estes são os ancestrais de boa parte dos moradores e pescadores da comunidade. 
O nascimento do bairro foi em 1950, mas em 1960 se deu a grande reviravolta com a chegada dos moradores das ocupações “Bico de Ferro” na Pituba, onde hoje é o Jardim dos Namorados, e por moradores de outra invasão em Ondina, que foram expulsos de seus bairros de origem pelo então Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães.
 Algumas pessoas começaram a construir casas ao redor do antigo aeroclube e assim a comunidade foi crescendo. Quando as mais de 200 famílias de Ondina chegaram a Boca do Rio, não havia água ou luz elétrica, as pessoas pegavam água de um reservatório da Embasa, e o lugar ocupado por eles na Boca do Rio é até hoje conhecido como Alto de Ondina. O Sistema de Transporte da região também era muito precário, a primeira empresa a circular na Boca do Rio foi a ITT, e logo depois chegou a BTU. Hoje, devido ao plano da engenharia de trafego da prefeitura a região é bem regada de transporte público.
Outro fator que contribuiu para o povoamento da Boca do rio foram pessoas que queriam montar suas casas de veraneio em um lugar cercado por dunas descobriram este lugar paradisíaco. Até a década de 60, havia no lugar uma grande lagoa (hoje aterrada) e também um manguezal, que era margeado por sua vegetação típica. 






Em 1979 a Boca do rio ganha mais um presente, o Centro de Convenções da Bahia, um prédio público de arquitetura moderna e com capacidade de acolher 4,6 mil congressistas, destinado às feiras e exposições de negócios, além de congressos nacionais e internacionais, sendo um dos maiores Centro de Convenções do País, situado na Av. Simón Bolívar. A primeira rua a ser asfaltada na Boca do Rio foi a Rua da Moenda, o resto da comunidade só recebeu urbanização a partir da gestão de Mário Kertész que foi prefeito de Salvador de 1979 á 1981.
Pontuado por uma série de empreendimentos famosos em todo o Brasil, além da Sede de praia do Esporte Clube Bahia, há também alguns dos melhores restaurantes de Salvador como o Restaurante Yemanjá, Bargaço, Churrascaria Boi Preto, Tchê Picanha, Frango do Moura, A Porteira, O Picuí, o Corsário Praia Hotel, o Hotel Praia dos Artistas e muitos outros. Também temos quatro faculdades no bairro, como a FAMA, Faculdade Montessoriano de Salvador, oriunda da pioneira escola Montessoriano que ali existe ha dez anos. 
A Boca do rio é também escolhida para a prática de diversos esportes, como por exemplo o triátlon, o ciclismo e o cooper; possuindo um percurso predominantemente plano, na orla marítima, partindo da altura do estacionamento do Aeroclube (próximo ao posto BR e ao Clube Bahia), seguindo pelo calçadão até a passarela do Parque Costa Azul. Boa condição de pista, excelente visual e ótima qualidade de ar. 
É na Boca do Rio também que se encontra a praia do Corsário onde os surfistas encontram belas ondas para pratica do surf. Algumas praias de Salvador guardam histórias que nem sempre são conhecidas pelos seus moradores. A praia de Armação, por exemplo, uma enseada antes conhecida como praia do Chega Nego era um dos maiores pontos de chegada de negros trazidos da África, servindo para o desembarque clandestino de escravos durante o período em que o tráfico oficial foi proibido. Os escravos eram depositados numa senzala construída á beira da praia até serem comercializados. Este lugar era conhecido como casa de pedra na Avenida Otávio Mangabeira. 
Os biomas de restinga e mata atlântica garantem uma notória e observada biodiversidade à região. É comum aos moradores da Boca do Rio acompanhar a desova de tartarugas marinhas e a rota migratória das baleias Jubarte na Praia dos Artistas, ou até mesmo a reprodução de uma infinidade de aves silvestres nativas do local.


CRIAÇÃO
Paralela 1979

Guilherme Carneiro da Rocha Marback nasceu em Salvador em 28 de março de 1898, filho de Guilherme Lassance Marback e de Carmen Balaly de Carvalho Marback.

Formado em 1919 pela Faculdade de Direito da Bahia, exerceu a função de fiscal federal na Inspetoria Geral dos Bancos em Salvador e, durante o governo de Vital Soares (1928-1929), foi seu oficial-de-gabinete, cargo que exerceu de 1928 a outubro de 1930.
Após a Revolução de 1930 elegeu-se, em julho de 1934, deputado representante dos funcionários públicos na Assembléia Constituinte da Bahia, período em que integrou a Comissão de Finanças da Câmara. Participou dos trabalhos constituintes e, após a promulgação da nova Carta estadual e a eleição do governador Juraci Magalhães em 1935, exerceu o mandato ordinário até 10 de novembro de 1937, quando, com o advento do Estado Novo, os órgãos legislativos do país foram suprimidos. A partir de 1932, trabalhou como tabelião de notas em cartório na cidade de Salvador, função que exerceria até meados da década de 1950.
Em 1938, durante a interventoria de Landulfo Alves (1938-1942), ocupou a secretaria da Fazenda e Tesouro da Bahia, de cujo cargo se exonerou em razão de divergências técnicas sobre a organização do orçamento geral do Estado, sendo reconduzido à função em novembro de 1942 pelo novo interventor, general Renato Pinto Aleixo (1942-1945). Com a queda de Getúlio Vargas em outubro de 1945 e o fim do Estado Novo, deixou aquela secretaria.
Em 1945 filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD), do qual, em seguida, tornou-se vice-presidente estadual. Em dezembro foi eleito deputado federal constituinte, mas não chegou a assumir o mandato por ter sido nomeado, em fevereiro de 1946, interventor federal na Bahia, em substituição a João Vicente Bulcão Viana. Entre as medidas tomadas durante sua gestão, destacaram-se a reformulação da Secretaria da Fazenda, o saneamento das finanças do estado, a luta contra o encarecimento dos gêneros alimentícios e os atentados à economia popular, o aumento ao funcionalismo público e a criação da Universidade Federal da Bahia. Deixou o cargo em julho de 1946, sendo substituído pelo general Cândido Caldas. A partir dessa data, afastou-se da vida pública.

Do ponto de vista do planejamento do espaço, esse último conjunto denominado Guilherme Marback não é uma consequência da Paralela pois seu acesso é feito a partir da orla marítima através do bairro da Boca do Rio onde foram relocados, a partir de 1958.
O conjunto Guilherme Marback foi criado no final da década de 1970 pela Habitação e Urbanização da Bahia S. A (URBIS), como um projeto de habitação popular que visava atender famílias de classe C e D. O terreno utilizado para sua construção origina-se da desapropriação amigável de duas fazendas de 155.211 m2 e 105.400 m2 tratava-se de um terreno pouco valorizado, pois era então distante do centro comercial e financeiro da cidade.

Atualidades

Com o crescimento do bairro Imbui o Conjunto Guilherme Marback acabou fazendo assim parte do bairro do Imbuí. Entretanto em uma entrevista realizada no dia 12.06.2018 com uma moradora que reside no Conjunto a mais de trinta anos na qual não quis que o seu nome fosse mencionado informou que o Conjunto Guilherme Marback em muitas contas vinha como bairro a Boca do Rio entretanto a cerca de quinze anos ele agora faz parte do Bairro Imbui. 
Foto tirada antes da praça ser construída



Foto tirada quando a praça do Imbuí estava sendo construída




Bem localizado, próximo aos principais Shoppings do Bairro do Imbui como Caboatã, Silver Shopping e o Gaivota o Conjunto Guilherme Marback se expandiu e próximo a ele onde no período da década de 80 tinha apenas mato e um campo de Futebol no qual se passava gado, hoje tem a Escolas como o Colégio Estadual Rômulo Almeida, Colégio Angelita Moreno, A Igreja Nossa Senhora Aparecida e o Banco do Brasil . Onde antes se tinha um esgoto, foi feito uma maravilhosa praça na qual ouve o aumento do número de pessoas a visitar o bairro em busca de entretenimento.
Criminalidade

Por ser um bairro onde há uma grande variedade de comércios a falta de segurança amedronta os moradores da localidade. A moradora M nos relatou que o número de assaltos na localidade aumentou bastante nos últimos 5 anos. A mesma informou que não se sente mais segura como antigamente. Mas que apesar de todos os percalços ela diz que não sai do Marback por nada nessa vida. Pois tudo o que ela precisa encontra próximo a sua casa, como bancos, lazer, os principais Supermercados além da ótima localização.
Diante da falta de segurança os moradores procuram se proteger da melhor forma, colocando pequenos muros em torno de seus prédios como também grades nas janelas para inibir a falta de segurança. 



18 comentários:

  1. É importante saber a história do nosso bairro. Fiquei contente ao ver o blog pois nunca vi nada parecido relacionado ao Marback!

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  2. Ahhh imbui!!!! Bairro maravilhoso... Fez eu viajar no tempo... Parabéns pelo blog e pela riqueza de detalhes.

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  3. Ahhh imbui!!!! Bairro maravilhoso... Fez eu viajar no tempo... Parabéns pelo blog e pela riqueza de detalhes.

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  4. Muito bom ver todas essas informações sobre o bairro em que eu cresci!

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  5. Muito top👏👏 importante saber e compartilhar a história de onde crescemos e vivemos👏

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  6. Eu nasci e cresci nesse bairro, ver a sua história é como entrar no túnel do tempo. Amei a ideia do blog em falar do Marback que está no bairro do Imbui que hoje é um dos bairros que mais crescem em Salvador. E relatar sobre a violência que tem assolado esse bairro tão bonito.

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  7. Amei a historia deste bairro! Parabens!

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  8. Eita! O Marback agora tem um blog contando a sua história que coisa maravilhosa. Amei a ideia. Bateu uma nostalgia ver como era o nosso bairro e como ele está agora. Ver os seus avanços e o seu crescimento.

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  9. Interessante a origem do bairro marbak

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  10. Amei saber sobre a historia do Imbuí,bairro no qual tenho boas lembranças,parabéns e obrigado por trazer essas informações e curiosidades e ver o quanto cresceu e evolui,valeu,Shirley.

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  11. Conhecendo o passado podemos entender melhor nossa história

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  12. Interessante ver o bairro q meus amigos e eu frequento

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  13. O conteúdo exposto neste blog referente o Bairro do imbui é riquíssimo e de grande relevância para quem busca conhecer mais sobre sua história e como se deu o inicio, construção até chegar os dias de hoje.
    Parabéns!

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  14. Gostaria de ver fotos mais antigas do tão distinto bairro...

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  15. Gostaria de ver fotos mais antigas do tão distinto bairro...

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Conjunto Guilherme Marback

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